Painel 10: Formação de recursos humanos em África: autonomia e capacidade de acção dos agentes educativos

Painel 10: Formação de recursos humanos em África: autonomia e capacidade de acção dos agentes educativos

  • Virgilio Correia (Instituto Politécnico de Coimbra-Escola Superior de Educação
    de Coimbra)

As condições em que se processa a formação de recursos humanos em África
afectam de forma distinta os diversos agentes educativos. As realidades
económicas, sociopolíticas e educativas dos países; as condições
socioeconómicas dos formandos/alunos e das famílias; as representações das
instituições de formação e das interacções que estas estabelecem com outros
agentes educativos; os projectos e expectativas formativos/profissionais dos
formandos/alunos e das famílias; ou a valorização da formação são alguns
elementos que dão corpo àquelas condições, influenciando as decisões e acções
dos agentes educativos. Por sua vez, as famílias, os formandos/alunos, as Igrejas,
as Organizações Não-Governamentais (ONG), o Estado, os poderes regionais e
locais ou outras organizações públicas e privadas tendem a adoptar, nas suas
acções, as estratégias que mais se adequam aos seus interesses, em
conformidade com os recursos de que dispõem. De facto, os agentes educativos
parecem deter alguma capacidade de manobra nas suas decisões e acções.
Uma compreensão do processo de formação de recursos humanos em África
seria melhorada significativamente se as análises levadas a efeito tivessem em
consideração não só os contextos e os condicionantes desse processo, como
também os protagonistas e as suas acções, associados aos seus interesses
materiais e ideológicos, meios, planos e estratégias.
Este painel pretende reunir contribuições relevantes que se interrogam, para
além de outros aspectos, sobre as condições de formação (constrangimentos e
facilidades); a valorização da formação pelos diferentes agentes educativos; a
relação existente entre os diferentes graus de valorização (por exemplo, fraco,
forte) que os agentes educativos conferem à formação e as condições de
realização da mesma; as circunstâncias em que as condições de formação
constrangedoras podem surgir ou se transformar em condições de formação
favoráveis; as práticas formativas ou educativas (estratégicas) dos agentes
educativos; o nível de investimento na formação, traduzido em práticas
formativas/educativas estratégicas concretas; a autonomia, a criatividade, a
resiliência e a capacidade de adaptação aos contextos adversos dos agentes
educativos; as reais capacidades dos agentes educativos influenciarem e
transformarem as realidades socioeconómicas, políticas e educativas em que se
inserem. Apela-se à apresentação de comunicações apoiadas em pesquisas
empíricas e quadros teóricos que realçam a autonomia e capacidade de acção
dos agentes educativos nos contextos e circunstância em que actuam.

 

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Para mais informações contacte: coopedu.cei@iscte-iul.pt